#49 | Novo empate, velhas vaias
Muito desfalcado, São Paulo fica no 1 a 1 com Cruzeiro no Morumbi
Antes de detalhar mais um empate angustiante, com novas-velhas vaias, há que se mencionar a “garantia” (bem entre aspas) da manutenção de Zubeldía ao menos até o jogo contra o Santos, no Morumbi.
Em entrevista exclusiva ao repórter Eduardo Affonso, da ESPN, Carlos Belmonte, diretor de futebol, cravou a permanência do argentino no cargo:
''A gente ouve muito que o Zubeldía está por um fio, que corre o risco de cair, mas posso te garantir que no próximo domingo (20) a gente joga contra o Santos aqui no Morumbis e junto conosco desce do ônibus Luis Zubeldía. A gente sabe do momento que estamos passando, temos seis desfalques importantes e o trabalho do Zubeldía está sendo bem feito''.
Ainda que signifique pouco, foi a primeira vez que a direção fez defesa explícita e pública do trabalho do treinador. A ver se o endosso se sustenta ou envelhece mal.
A julgar pelas vaias do Cícero Pompeu de Toledo com mais de 37 mil pessoas, mais do que palavras e declarações, o comando do clube terá de mostrar firmeza de decisão e alta dose de convicção no trabalho para manter Zubeldía.
Nem as seis ausências de titulares - Arboleda, Pablo Maia, Luiz Gustavo, Lucas, Oscar e Calleri - aplacaram a ira da maioria dos presentes no estádio, muito menos da torcida virtual. Para estes, a sentença do técnico está dada há tempos.
No campo, um primeiro tempo sonolento, lento e de pouquíssimo bom futebol. O auxiliar Maxi Cuberas mexeu no intervalo, promovendo Bobadilla e Alves nos lugares de Alisson e Luciano.
A equipe ganhou mais velocidade e abriu o placar aos 7 minutos. Trama bem trabalhada pela direita, tabela de Ferreira e Cédric, antes de cruzamento do português na cabeça de Ferreirinha, no segundo pau. Terceiro gol do camisa 11 em dois jogos, o primeiro do São Paulo no Brasileirão-2025.
O recuo quase natural, porém equivocado, de um time desfalcadíssimo chamou o Cruzeiro ao ataque. O empate veio aos 19, em falha gritante de marcação e de posicionamento em escanteio, sobretudo de Ruan, Alves e Bobadilla. Desvio de Kaiki Bruno, gol de Kaio Jorge.
Cuberas ainda tentou o desempate com as entradas de Wendell e Ryan Francisco, aos 31, mas o marcador se manteve. Terceira igualdade em três jogos, preocupante 15ª colocação na tabela.
A longa competição nacional será a maior prova de fogo da complexa temporada para um clube combalido financeiramente, ressentido de comando transparente e firme, com elenco pobre de opções e de lideranças talhadas a capitanear técnica e espiritualmente o time dentro de campo.
Nesse cenário, mais do que nunca, é preciso confiança no trabalho do treinador, a despeito de naturais erros e falhas ao longo do percurso de quase 1 ano. Uma troca pode significar a derrocada definitiva.
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Cédric. O lateral português tem sido uma positiva surpresa, com atuações corretas. Se está longe de brilhantismo, ao menos cumpre os papéis defensivo e ofensivo com regularidade e pouquíssimos erros nas decisões, principal calcanhar de Aquiles do antecessor, Igor Vinícius.
Luciano. Em um time tão desfalcado, obrigatório que o camisa 10, um dos mais antigos do elenco, pegue o leme do barco para liderar. Longe disso, teve atuação apagada e confusa, apesar do cansaço pela sequência de partidas. Precisa, pode e deve dar mais.
Fechados com Zubeldía. Depois do abraço de Alisson e outras demonstrações dos jogadores, dessa vez foi Ferreirinha quem defendeu o argentino em entrevista pós-jogo: “A gente tá fechado com o treinador, a gente gosta muito dele, o trabalho dele tá sendo muito bom. Como eu disse: os desfalques que a gente tem hoje pesam muito”, afirmou o atacante, relembrando as baixas da equipe no confronto de domingo. Construída ao longo de 2024 e reforçada na difícil temporada atual, a coesão entre elenco e comissão técnica é a maior fortaleza de Zubeldía para continuar.