#8 | O primeiro mês e a primeira centena
Um agradecimento e um relato no mês 1 da newsletter
Hoje, 23 de outubro, este Clube da Fé completa 1 mês de vida, já com uma “plateia” de exatos 101 leitores e leitoras, assinantes que recebem os textos direto na caixa de e-mail. A todos e a todas que acompanham essa viagem afetiva em torno do São Paulo, meu carinhoso agradecimento, do fundo desse Coração de 5 pontas!
Neste grupo com mais de uma centena, há muitos que conhecem o escriba por trás do compilado de rabiscos e emoções sobre o tricolor paulista. Mas muita gente não.
Então, aproveito a efeméride (outra fixação deste autor, além do SPFC!) para um breve relato autobiográfico, relacionado ao tema central da newsletter:
Nasci em 3 de julho de 1981, em São Paulo, capital, em família são-paulina, destino felizmente legado por meu avô paterno, passado e seguido por todas as gerações futuras. Meu pai, Roberto, é o maior são-paulino que conheço e conhecerei.
Quando cheguei, já haviam dois tricolores, Rodrigo e Beatriz. Depois, vieram ainda Marina e Felipe. Grande parte das memórias relacionadas ao São Paulo tem ligação com meus irmãos e irmãs.
Teve até edição da Placar daquele dia, com relato da virada sobre o rival Corinthians e atuação destacada de Renato, o “Pé Murcho”, no domingo anterior, 28 de junho.
A primeira vez no Morumbi foi em 7 de setembro de 1986, aos 5 anos e 2 meses de idade. Empate em 1 a 1 com o Bangu, gol de Zé Teodoro, pelo Campeonato Brasileiro - aquele que seria conquistado em fevereiro de 1987. O ingresso, guardado até hoje pelo meu pai:
O primeiro jogo com memórias realmente vivas é São Paulo 1 x 0 São José, final do Campeonato Paulista de 1989. Em noite de frio de tremer, vi o gol contra do André Luís na minha frente.
Dali em diante, além da Placar, dos cadernos de Esportes do Estadão e do Jornal da Tarde e da Gazeta Esportiva, que ainda existia, cresci ao som do rádio AM. Da Jovem Pan 620 e os inimitáveis “Terceiro Tempo”, “Jornal de Esportes” e “Pique da Pan”, do também inigualável José Silvério; da Gazeta 890 com seu diário e obrigatório “Disparada no Esporte”; e da Globo 1100, do “Globo Esportivo” e da equipe do “Pai da Matéria”, o gigantesco Osmar Santos. Viagem imediata por um túnel do tempo de fantasias de menino amplificadas pelas ondas únicas do rádio.
Pelas ondas do rádio, ouvi a triste derrota no primeiro jogo de 1990. Um ano antes, presenciei no Morumbi a cabeçada do Sorato.
Depois, tive os tempos mais felizes que um menino apaixonado por futebol e seu clube pode ter. Um sonho em forma de vitórias lindas, gols imortais e abraços históricos.
Mais do que Mestre, pra mim Telê é quase alguém da família, tão presente que foi e ainda é. A foto dele continua na parede da casa dos meus pais, como um tio-avô querido.
Mais do que ídolo, “Raí é a memória do garoto e a saudade do adulto.” Jamais haverá maior.
Esta newsletter é, portanto, a tentativa de expressar tudo o que vivi e ainda vivo com o São Paulo Futebol Clube, algo fundamental do que sou, parte inescapável da minha personalidade.
Como escrevi no texto inaugural, convido a todos para se juntarem nessa caminhada pela estrada de tijolos vermelhos, brancos e pretos.
Sempre com a bênção de Mestre Telê.