15 jogos de invencibilidade na Libertadores - 14 de Luis Zubeldía.
100ª partida de Copa do São Paulo no Morumbi.
93º gol de Luciano com a camisa do Clube da Fé - e que golaço!
Henrique do Carmo e o gostinho de uma noite tricolor de Libertadores.
Sabino (1º gol!) e Rafael, fundamentais e decisivos.
Havia muito a se falar sobre São Paulo 2 x 1 Talleres, quarta vitória tricolor na edição 2025 do maior torneio de clubes da América do Sul - campanha invicta na 1ª fase, a exemplo de 1974 e 2005 (!).
Infelizmente, a xenofobia entrou em campo.
Logo após o gol de Luciano, Bobadilla e Navarro se estranharam e trocaram ofensas. Em uma delas, o paraguaio desceu para o nível mais baixo ao chamar o jogador do Talleres de "venezuelano morto de fome".
Repugnante, inadmissível, injustificável - até para o código tácito de um campo de futebol.
O jovem meio-campista desconhece a História da camisa que farda, de um clube que carrega no DNA e nas origens o acolhimento aos estrangeiros, dentro e fora das 4 linhas.
Ato contínuo ao apito final, Bobadilla desceu aos vestiários e deixou o Morumbi, fato tão incomum quanto suspeito, ao mesmo tempo em que os atletas do clube argentino tratavam de revelar a ofensa do volante são-paulino.
Na sala de imprensa, Zubeldía teve de responder sozinho algo que cabia a seus superiores. Exposto e encurralado, ainda se equivocou ao tentar pautar e dirigir os jornalistas na coletiva.
Enquanto isso, silêncio absoluto e angustiante de Casares e Cia., comportamento habitual dessa gestão, porém, incongruente com o discurso de 2 meses atrás, em relação ao racismo.
Difícil praticar o que se prega, não é mesmo?
O posicionamento oficial, pífio e insuficiente, veio somente 17 horas depois, na lanterninha de todos os outros, incluindo a sucinta - e elogiável - nota da Independente, além do próprio pedido de desculpas de Bobadilla, que assumiu a responsabilidade pelos atos.
Custava emitir a mesma nota logo depois do jogo?
Custava assumir as rédeas da situação, direcionar e esclarecer tudo com Bobadilla, além de colocar o jogador prontamente à disposição da polícia, para depoimento?
Pelo jeito, custava.
Infelizmente, “de onde não se espera nada é que não sai nada mesmo”, confirma o ditado.
E uma noite bonita de Libertadores foi ofuscada por xenofobia de um jogador e omissão de uma direção.