#56 | Forasteiro implacável
Time de Zubeldía alcança inédita 3ª vitória fora de casa na Libertadores
"É como no boxe, quando o adversário te machuca com os melhores golpes, mas você consegue se segurar bem. E a cada golpe defendido, mostra que você está controlando a partida."
A metáfora com a Nobre Arte, ao fim da coletiva, é pertinente.
Sintetiza com precisão o DNA do time que comanda, sobretudo fora de casa.
Um boxeador resiliente, paciente e pragmático, que suporta os golpes dos primeiros rounds para surpreender o adversário em uma fenda de oportunidade.
É Ali no Zaire, na "luta do século".
Um forasteiro implacável.
À semelhança dos outros dois triunfos longe do Morumbi na Copa Libertadores atual, a equipe de Luis Francisco Zubeldía teve eficiência para bater o Alianza Lima no Peru, acrescentar mais recordes históricos ao cartel e praticamente garantir vaga nas oitavas-de-final.
Agora, o argentino é o treinador com a maior invencibilidade na História do Clube da Fé no torneio continental: 12 jogos, com 7 vitórias (5 fora de casa!) e 5 empates.
Além da feliz comparação com o boxe, outra imagem que resume o espírito desse grupo é o carrinho duplo de Ferraresi e Alisson, aos 6 minutos de jogo, para evitar o gol peruano no ápice do melhor momento dos anfitriões, a primeira metade da etapa inicial.
É o retrato de um time que compete, luta, briga, com coragem, espírito coletivo e muita entrega.
Sem brilhantismo e sem estrelismo.
Com alma e coração.
À imagem e semelhança de seu treinador.
Faltam 8 jogos para a pausa.
Domingo tem Choque-Rei, no piso plástico de Barueri.
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André Silva. "E André mostrando que não é só mais um Silva", escreveu o amigo Leozito, no grupo tricolor do WhatsApp. O grande Felipe Ruiz resumiu com poesia e sensibilidade habituais a atuação do camisa 17, em temporada destacadíssima. Atualização, dia 8, às 11h - E a metáfora com o boxe faz ainda mais sentido depois da ótima reportagem de Marcelo Braga e do próprio Ruiz, no ge.com!
Alisson. Reflexão humana sobre o "Caçador de Mim" - como lindamente lembrou outro Felipe, o irmão -: é uma das mais tocantes redenções que vi no futebol. Da escuridão para a luz, o camisa 25 tornou-se força extraordinária, sobrenatural. Bonito vê-lo vibrante, ditando o pulso do time, liderando os mais jovens. "Longe se vai, sonhando demais..."
Ruan. Zagueiro sério, sem firulas, excelente posicionamento e percepção de jogo. Depois de alguns lances hesitantes, achou e guardou Guerrero no bolso. Impossível tirá-lo do time no momento.
Ferraresi-Cédric. Nosso duo vinotinto-lusitano está cada vez mais azeitado, em especial fora de casa. Simbiose interessante entre dois jogadores com excelente leitura de jogo, boa técnica e poucos erros. Em fase exuberante, o venezuelano teve mais uma atuação impecável.