substantivo masculino
1. Sentimento da própria dignidade, honradez; altivez, amor-próprio;
2. Qualidade de quem se comporta com intrepidez diante de riscos e adversidades; coragem, destemor, ousadia;
3 .Tendência a ser persistente no que se pretende fazer ou alcançar; determinação, empenho, entusiasmo.
Ao fim de mais um desgostoso empate, Luciano, Alan Franco e André Silva gesticulam e discutem calorosamente. O zagueiro cobra o camisa 10 com veemência, e recebe reprimenda do atacante. A conversa escala para um bate-boca entre o argentino e o centroavante, e logo aparecem companheiros para acalmar os ânimos.
Uma cena quase natural dentro de um campo de futebol, sobretudo no profissional. Demonstra brio e comprometimento, atributos fundamentais para qualquer equipe, mas raros em times recentes do São Paulo, resignados diante das derrotas, indiferentes à dor da torcida.
Natural também seria um técnico com domínio incomum da comunicação aproveitar a pertinente pergunta que abriu a coletiva para exaltar o espírito inconformado de seu grupo de jogadores.
Zubeldía preferiu o caminho equivocado da contestação e do confronto. Perdeu grande oportunidade de oferecer boa reflexão, algo habitual em suas coletivas, para cair no clichê batido de um treinador sob alta tensão. Ato irracional e reprovável, bem distante do tom trivial de entrevistas do argentino.
A ríspida resposta e o chilique direcionados ao competente Gabriel Sá escancaram um homem pressionado pela falta de vitórias, além de dar mais munição aos detratores, que há muito querem vê-lo longe do Morumbi.
Ademais, a reação intempestiva desbota e coloca em plano secundário outra boa atuação coletiva do São Paulo, sempre competitivo diante dos adversários mais duros, como o atual campeão brasileiro e sul-americano. Muito por mérito do trabalho do próprio Zubeldía, que escalou Alves entre os titulares na vaga de Luciano, decepcionante, displicente e preguiçoso vindo do banco.
O maluco primeiro tempo teve dois golaços de Ferreirinha (mais um!) e Savarino, desempate no fim de André Silva e possível grave lesão de Calleri, além de pênalti marcado e indeferido dos anfitriões e tento anulado de Ferraresi, em lance interpretativo e discutível.
Ao fim e ao cabo, o gol de Igor Jesus, aos 38 minutos da segunda etapa, impôs uma difícil noite-madrugada para a torcida são-paulina, novamente frustrada e amargurada com a ansiada vitória que escorreu pelos dedos.
O San-São de domingo, no Morumbi, tornou-se ainda mais decisivo.
Parece ser o dia D para Luis Zubeldía. Vencer é o único antídoto.
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Ferreira. 4 gols em 3 jogos, assistência para o gol de André Silva e mais uma atuação de gala do ponteiro. Craque Neto já separa a tanguinha em casa…
Rafael. De novo! Mais uma jornada monumental do camisa 23, com ao menos três intervenções dificílimas e essenciais para o resultado final. Habitualmente regular, é goleiro nota 9 em jogos grandes. Peça importantíssima na dura temporada e no atual momento instável do sistema defensivo, como mostram os números.
Números.* 69 jogos, 30 vitórias, 23 empates, 16 derrotas, 94 gols marcados, 65 gols sofridos. Aproveitamento de 55%. Esse é o retrospecto de Zubeldía e comissão, há quase 1 ano à frente do São Paulo. Em 2025, são 20 jogos, 7 vitórias, 9 empates e 4 derrotas - aproveitamento de 50%.
* Corrigidos, incluindo jogos em que Zubeldía esteve suspenso.
Calleri. A perspectiva é a pior possível, com grandes chances de rompimento do Ligamento Cruzado Anterior do joelho esquerdo. Mais uma trágica lesão no campo artificial.
Atualização, 16h10 de 17/04/2025: infelizmente, ruptura do LCA confirmada, cirurgia e afastamento de 6 a 9 meses. Muita força ao camisa 9 na recuperação!