Unânime.
Comentaristas, ex-árbitros, ex-jogadores e até um ídolo do rival, todos têm a mesma opinião: Flávio de Souza errou feio ao marcar o pênalti que decidiu a semifinal do Campeonato Paulista de 2025.
O disparate fica ainda mais inacreditável com a divulgação do áudio do VAR, ontem comandado por Rodrigo Guarizo. Uma chancela absurda do equívoco do árbitro de campo, com base em um frame do lance. Já podem mudar o nome para PAR (Photo Assistant Referee)...
Impossível analisar o confronto sem a premissa de que o resultado final teve interferência direta da arbitragem. Ponto.
Dito isso, até o delírio de Flávio de Souza e Cia., o Choque-Rei estava equilibrado. Os 25 minutos iniciais foram do time de Zubeldía, que surpreendeu ao escalar Oscar de segundo volante. Como um Pirlo dos bons tempos, o meia ditou o ritmo do jogo a partir da defesa.
O domínio dos anfitriões se deu quando Abel colocou Raphael Veiga na cola do camisa 8 tricolor, anulando a saída de bola do São Paulo. O rival passou a incomodar, sobretudo com chutes de fora.
Corta para o penal inventado - em falha de Rafael e Ferraresi, muito mais do que Arboleda - e a semifinal teve o resultado decretado ao fim do primeiro tempo. Calleri ainda perdeu a melhor chance do empate no último lance, em cabeçada pra fora.
Na etapa final, a busca pela igualdade fez Zubeldía abrir o time, oferecendo espaços aos contragolpes do alviverde, que teve chances de ampliar, com Facundo e Estêvão.
O São Paulo criou apenas uma oportunidade mais clara, em nova cabeçada de Calleri, muito por causa das inúmeras faltas do rival, especialmente em Lucas, que saiu com dores no joelho. Além do erro crasso, a arbitragem fez vista grossa para o antijogo palmeirense.
A eliminação está na conta de Flávio de Souza e Rodrigo Guarizo.
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Patético. Tão delirante quanto o pênalti inventado no campo foi o discurso patético do presidente depois da partida. Como um péssimo ator de filme B, ensaiou uma indignação enlatada, com frases feitas e slogans de propaganda ruim. Estamos à deriva, sem alguém à altura de nossa História para liderar, gerir, administrar e representar o clube.
Cirúrgico. Do outro lado, Zubeldía deu entrevista coletiva no tom certo de raiva e dor pela eliminação. Apontou o erro crasso da arbitragem como decisivo no resultado final, elogiou a atuação corajosa do time, lamentou a derrota e olhou para o horizonte à frente. Um técnico trabalhador, com o grupo na mão, consciente do delicado contexto do clube, que busca saídas para os inúmeros obstáculos do caminho (Pablo Maia, por exemplo) e mantém o time competitivo. Não é pouco.
Camisa 9. Calleri tem sido fundamental no funcionamento da equipe, qualquer que seja o esquema tático escolhido por Zubeldía. A dinâmica ofensiva é outra com o argentino em campo. Mas tá faltando poder de decisão! Em jogo grande, uma chance é ouro. Tem de guardar. Como foi no Maracanã em 2023. Que os gols essenciais apareçam!
17x6 e 4x3. Apesar de tudo, a freguesia continua.