#22 | Fábio Simplício, o guardião raçudo
Identificação, dedicação e raça foram as marcas do volante, terceira “Figurinha” da newsletter
Aos 38 minutos do segundo tempo, Diego cobra pênalti e deixa o placar do eletrizante San-São em 2 a 2, pulverizando vantagem de 2 a 0 dos anfitriões.
O camisa 10 tira a camisa e corre em direção ao enorme distintivo dos donos da casa, símbolo máximo do São Paulo Futebol Clube no Cícero Pompeu de Toledo, em celebração tão infantil quanto afrontosa.
Na volta ao gramado, Diego se vê diante de um único e indignado são-paulino. Camisa 7 às costas, dedo em riste, o irascível Fábio Simplício brada por respeito.
Adversários e companheiros tentam, em vão, conter a justa fúria do volante, absolutamente inconformado com o gesto, verdadeiro “enunciado de guerra” de Diego ao clube a que não se adaptara quando garoto.
A compreensão da infâmia da ação do santista e a reação colérica na defesa do Clube da Fé colocaram Fábio Simplício em prateleira afetiva para muitos são-paulinos.
Um gol de calcanhar em um 3 a 0 no rival Corinthians, no ano seguinte, foi mais um feito marcante para o inesgotável e dedicado “carregador de piano”, até hoje identificado com o clube e reconhecido pela torcida. Com toda justiça.
ROUND 2
Alguns anos depois, Fábio Simplício e Diego se reencontraram na Itália, em duelo entre Palermo e Juventus. Ele relembrou a “rivalidade” no Resenha ESPN.
Nascido em São Paulo (SP), Fábio Henrique Simplício vestiu a camisa do tricolor por 236 jogos (126 vitórias, 51 empates e 59 derrotas). Fez 26 gols, 12 na temporada de 2003. Conquistou o Campeonato Paulista (2000) e o Torneio Rio-São Paulo (2001).