#62 | Derrota categórica e justíssima
Mirassol domina, vence por 2 a 0 e acende alerta no Brasileirão
Categórica e justíssima.
Assim foi a derrota do São Paulo para o Mirassol, sábado, no Morumbi.
O placar de 2 a 0 reflete o domínio dos visitantes em todos os aspectos: físico, tático, técnico, anímico.
Pouco a dizer sobre o time de Zubeldía, mais uma vez suspenso, fora do banco de reservas.
Desde a própria ausência do técnico até os desempenhos individual e coletivo dos jogadores, passando pela estratégia para o duelo, além da mobilização de torcida e diretoria, tudo foi um desastre completo e absoluto.
O segundo revés em 10 jogos acende sinal de alerta geral no Brasileirão, campeonato traiçoeiro e imprevisível, sobretudo com os clubes grandes, que julgam ter capa de imunidade contra o rebaixamento.
Por isso, é preciso extremo cuidado e, acima de tudo, planejamento minucioso para a principal competição nacional.
Do presidente ao roupeiro, todos devem pensar e idealizar cada passo do segundo semestre, ainda mais desafiador e complexo que os primeiros 6 meses de 2025.
Diretoria, comissão técnica, elenco, torcida, todos em uma só mobilização, no mesmo sentido, na mesma rota.
Faltam 3 jogos para a pausa, com foco total nos 2 restantes do Brasileirão.
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Lições de casa
Hoje esta seção de notinhas será diferente. Diante do horizonte adiante, é urgente que os protagonistas reflitam, repensem caminhos e, principalmente, planejem o que vem pela frente.
Zubeldía
- Chega de suspensões! Há mais de 1 ano no futebol brasileiro, é inadmissível que siga com o mesmo comportamento, recebendo cartões tolos a torto e a direito. Tarefa número 0 do argentino é colocar um fim nesse looping de punições (está fora contra o Bahia, inclusive).
- Variações. Bem verdade que evoluiu muito nesse quesito, pois o time teve formações diferentes ao longo do ano - quarteto, três zagueiros e pontas. Porém, a pausa está aí para que teste ainda mais variações, com o uso de mais jogadores. Losango no meio, 4-4-2 clássico e três zagueiros novamente são alguns sistemas que precisam ser colocados em prática durante a parada.
Diretoria
- Transparência. FIDC, redução de folha salarial, corte de custos, ajuste financeiro são palavras e expressões incorporadas ao vocabulário do são-paulino recentemente. Sanar a dívida na casa de R$ 1 bilhão é 1 dos 3 pilares do segundo mandato do presidente Julio Casares. O rombo diminui? Quanto o clube cortou até aqui? Qual a perspectiva de redução? Essas e outras perguntas ficam no ar, por absoluta falta de transparência de Casares e Cia. É urgente dar publicidade aos fatos.
- Planejamento. Na próxima segunda-feira, dia 2, acontecem os sorteios das oitavas de Libertadores e Copa do Brasil. A tabela do Brasileirão a partir da 13ª rodada, por volta de 13 de julho, ainda não está destrinchada, mas já se pode ter uma ideia. Cabe à diretoria de futebol liderada por Carlos Belmonte pegar uma lupa para estudar e esmiuçar todo o planejamento do segundo semestre. Nos mínimos detalhes, como o preço dos ingressos no Brasileirão, por exemplo. É obrigatório priorizar o lado esportivo em detrimento do financeiro, ao menos nesse campeonato.
Torcida
- Mobilização. Mais do que uma diretriz - quem sou eu na fila do pão para fazer isso? -, um pedido: abracem esse time. Todos sabemos - eu sei - que é uma equipe muito distante dos nossos sonhos - mas muito longe mesmo. Entendo e sinto a mesma irritação, raiva e desespero com erros básicos, falhas bizarras e perda de gols feitos - sem falar nos pênaltis. Porém, sob outro ponto de vista, temos um elenco que luta, compete, se entrega e não desiste. Em passado nem tão distante, tivemos grupos sem sangue nas veias nem nos olhos, indiferentes às derrotas, indolentes com o jogo em si. Comportamento e postura diametralmente opostos aos jogadores liderados por Zubeldía, que demonstram fibra e raça em cada lance, inconformismo e dor com cada derrota ou eliminação. Isso precisa ser entendido, absorvido e louvado. Uma vez mais, é preciso conduzir esse time, especialmente no Brasileirão e no Morumbi, que deixou de ser hostil. Mostremos, de novo, que somos diferentes.